quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Greve em Fortaleza

"Uma mentira contada cem vezes torna-se verdade".

A cidade de Fortaleza se deparou com um dos quadros mais lastimáveis da anarquia e do medo dos últimos 20 anos. Faltando poucos dias para o Réveillon da cidade - o segundo maior do país - os policiais militares entraram de greve, solicitando salário digno e respeito às suas necessidades.

Na noite de ano novo a cidade estava ocupada por batalhões da Guarda Nacional que ameaçavam tomar as viaturas da polícia local para garantir a segurança. Os policiais locais, por sua vez, interferiram no trânsito, parando ônibus, furando seus pneus e interditando terminais rodoviários.

A população sobrevivia a estes atentados um pouco impaciente. O Governo se recusava em atender às solicitações e o impasse continuou.
Após alguns poucos assaltos no segundo dia do ano, começou a se espalhar um boato de arrastão na cidade.

No dia de ontem, a redes sociais anunciavam o caos. 9,5 em cada 10 postagens originadas de Fortaleza relatavam o pânico das pessoas. Vídeos de lojas fechando, anúncio de onde os arrastões estariam indo levou a cidade para um toque de recolher inusitado.
Às 18h, horário de rush na cidade, as ruas estavam vazias. Não apenas sem trânsito, mas vazias mesmo. Grandes avenidas e shoppings desertos.

Um boato interessante é que os policias estavam encabeçando o tal grupo de arrastões.
Que grupo? Não houve um só relato de alguém que realmente tenha visto a tal ação dos bandidos. Ninguém filmou ou fez fotos. Não havia fatos para justificar o terror que sobreveio sobre a cidade. Só boatos.

No fim do dia, em uma reunião na casa do Governador foi vencida a greve. O Governador cedeu e hoje os policiais voltaram ao trabalho. Juntamente com o restante da cidade.
A questão é: O que de fato aconteceu?


Se a publicidade se apoderasse de estratégias assim - para o bem, é claro - poderia fazer qualquer produto conseguir mercado. Usando as redes sociais e pessoas chaves, alguns conceitos podem ser rapidamente divulgados e aderidos por cidades inteiras.

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